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ENTREVISTA

CCXP pode voltar ao Nordeste? Veja o que diz CEO do evento

Em conversa com o Diario, Renato Fabri, um dos responsáveis pelo evento, relembrou edição no Recife e ressaltou importância de Pernambuco para a CCXP

Antônio Gois

Publicado: 17/12/2025 às 19:50

CCXP25 reuniu mais de 280 mil fãs/CCXP/Divulgação

CCXP25 reuniu mais de 280 mil fãs (CCXP/Divulgação)

A CCXP, evento que reúne anualmente milhares de fãs de cultura pop e que se tornou um centro de grandes lançamentos no cenário global, se torna maior e mais importante a cada ano. A CCXP25, que aconteceu na SP Expo, em São Paulo, entre os dias 4 e 7 de dezembro, uniu público, ídolos e marcas para uma festa que concentrou 284 mil pessoas, segundo a organização do evento.

Mas esse sucesso não vem de hoje. Desde sua primeira edição, em 2014, a Omelete Company, responsável pela CCXP, busca reunir público, mídia e mercado para levar o Brasil ao centro do entretenimento global. Para isso, o evento precisou convencer todas essas esferas que era possível fazer da cultura pop um plano de fundo para promover encontros sobre economia, tecnologia e arte.

CCXP25 reuniu mais de 280 mil fãs - CCX/Divugação/Paulo Liv
CCXP25 reuniu mais de 280 mil fãs (crédito: CCX/Divugação/Paulo Liv)

Parte disso aconteceu em Pernambuco, em 2017, durante a Comic Con Experience Tour Nordeste, nome do evento à época. A edição no Recife foi a única brasileira a acontecer fora de São Paulo - à época, também a primeira, já que a CCXP agora conta com eventos internacionais.

O evento, que reuniu cerca de 60 mil visitantes entre os dias 13 e 16 de abril daquele ano, deixou uma boa impressão ao público, que aproveitou as ativações de marcas internacionais e vinda de artistas de todo o mundo. Porém, a edição única deixou fãs se perguntando o motivo da não volta da CCXP ao Nordeste.

Em conversa com o Diario, Renato Fabri, CEO da CCXP e sócio-fundador da Omelete Company, contou que a edição foi decisiva para situar o ecossistema do evento no cenário nacional. "A edição de 2017 no Recife consolidou um entendimento estratégico de que existe no Nordeste um público consistente, mobilizado e com forte capacidade de tração cultural. Aquela experiência foi decisiva para confirmar que o ecossistema da CCXP funciona quando dialoga com a diversidade real do país. Muitos dos talentos que passaram por ali ganharam visibilidade e retornam hoje para a edição nacional", afirmou.

Ainda segundo Fabri, a experiência no Recife mostrou que a ampliação do evento "gera valor, diversifica repertórios, aproxima novos públicos e cria rotas de desenvolvimento para criadores que não estão apenas nos grandes centros".

EDIÇÃO ÚNICA: POR QUÊ?

Registro da Comic Con Experience Tour Nordeste, em 2017 - Reprodução/Redes sociais
Registro da Comic Con Experience Tour Nordeste, em 2017 (crédito: Reprodução/Redes sociais)

Fabri reconheceu que a edição foi "muito bem-sucedida" para público e recepção, mas ressaltou os desafios que envolvem exportar um evento dessa magnitude, responsáveis pela decisão de concentrar seus esforços em uma única edição anual no país.

"Para a Omelete Company, cada evento é uma engenharia complexa logística, sustentabilidade financeira, parcerias locais e capacidade de entregar a mesma experiência de qualidade que o fã já conhece em São Paulo. Em 2017, o momento estratégico da companhia ainda era outro. A CCXP estava em um ciclo de consolidação nacional e internacional e precisávamos garantir que todo o nosso ecossistema tivesse musculatura para crescer de forma responsável.", explicou.

Além disso, o crescimento do evento perante o cenário global de lançamentos teria sido surpreende para a organização, o que reforçou a necessidade de centralização. "A CCXP se tornou uma plataforma para os grandes lançamentos globais antes do esperado e, por isso, deixou de fazer sentido ter dois eventos no Brasil no mesmo ano. Trabalhamos em nossa edição anual com um olhar global e, dentro dele, observamos com atenção as demandas regionais", contou.

Ainda assim, Fabri reforçou a importância do Nordeste por sua "relevância cultural" e "maturidade do público". "O que podemos dizer é que o Nordeste sempre aparece com força nessas conversas pela relevância cultural e pela maturidade de público que consume as várias vertentes da indústria da cultura pop", disse.

"NÓS VEMOS VOCÊS"

Por fim, o CEO destacou o público pernambucano e sua participação direta no crescimento da marca.

"O público de Pernambuco tem um lugar muito especial na história da CCXP. Sempre percebemos o quanto essa comunidade é criativa, calorosa e conectada com cultura pop, incluindo quadrinhos e games. Quero deixar um recado direto: nós vemos vocês. O Nordeste está presente nas nossas conversas, nos nossos artistas convidados, nos quadrinistas que chegam todos os anos e na vontade real de aproximar cada vez mais esses universos", finaliza.

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