Moda e Afoxé aportam no Pátio de São Pedro nesta quinta (18)
Apresentação de conclusão da oficina Inclusão e Diversidade na Moda: Sonhos que se Realizam numa Passarela ocorre no Pátio de São Pedro, às 18h
Publicado: 16/09/2025 às 21:18

(Foto: Maria Júlia Ferreira)
Nesta quinta-feira (18), a partir das 18h, o Pátio de São Pedro, no bairro de São José, será palco do desfile de conclusão da oficina Inclusão e Diversidade na Moda: Sonhos que se realizam numa passarela.
Dezoito alunas vão mostrar o que aprenderam nas aulas com a veterana, e pioneira das passarelas de Moda do Recife, Marta Reis. O desfile abre a noite festiva no pátio, que receberá a Quinta Nagô, evento mensal promovido pelo Afoxé Oyá Alaxé, parceiro da oficina.
No local haverá um ponto de arrecadação de alimentos para serem doados à Casa do Pão, situada no bairro de Santo Antônio. Instituição que oferece refeições a pessoas em situação de rua. A organização solicita que cada pessoa colabore com 1kg de alimento não perecível.
A oficina é a realização do sonho de Marta Reis, modelo com 40 anos de trajetória nas passarelas da Moda e do Carnaval, de compartilhar esse conhecimento com jovens da periferia do Recife. A oportunidade veio ao aprovar o projeto da oficina da Política Nacional Aldir Blanc PNAB – Pernambuco da Secretaria de Cultura de Pernambuco (SECULT PE).
Aberta ao público, a oficina teve como público prioritário integrantes de agremiações culturais do Recife, acostumados a atuar coletivamente, e que agora tiveram a oportunidade de desenvolver suas potencialidades individuais.
“A minha ideia é mostrar a cada uma o seu potencial. E para isso, primeiramente ela tem de se conhecer e se amar. Depois vem a parte técnica da passarela, onde esse amor próprio transborda”, ensina Marta Reis. Para ela, mesmo com o dinamismo no mercado da Moda, alguns preceitos são atemporais na profissão de modelo. “O porte, a postura e a elegância no andar são coisas que nunca vão mudar. Por mais descontraído que seja o desfile, o foco sempre será este”, afirma.
Para as alunas, muito mais do que abrir caminhos para a passarela, os ensinamentos apreendidos na oficina servirão para a vida. A estudante Vivianny Lundgren, 23 anos, é uma das alunas. Ela estuda gestão em Recursos Humanos. Quando soube da oficina, achou interessante, mas pensou que teria dificuldade na passarela.
“Fiz balé clássico durante muito tempo, mas eu achei que tinha perdido a postura elegante da época do balé. Não só não perdi, como vi que os ensinamentos da oficina são importantes também para o trabalho como gestora de RH. Ter uma boa postura e ter a consciência corporal é importante para a vida”, afirma Vivianny, que integra o pastoril Giselly Andrade, de Água Fria, onde interpreta a personagem A Borboleta.
Já Mariana Nunes, 24 anos, que além de cantar na Ciranda Rosa Vermelha do Recife, trabalha como modelo desde os 19 anos, e viu na oficina a oportunidade de se aperfeiçoar na profissão. “Nunca tinha feito um curso de passarela. Aprendi tudo pela internet”, conta Mariana, que agora, depois das aulas com Marta Reis, se sente melhor preparada para enfrentar os testes.
“Nessa área de modelo você tem de se destacar porque a concorrência é grande. Nessa oficina eu aprendi a olhar mais para mim, me valorizar. Já fiz muitos testes e não passei. Hoje eu sei que foi insegurança. A aceitação do corpo é muito importante. Quando eu era criança, era chamada de girafa, isso incomodava, mas a gente aprende a valorizar as nossas características. Agora quando eu pisar na passarela vai ser diferente”.
Vitória Brito, 22 anos, estudante de Farmácia, pretende usar o seu aprendizado no palco do Pastoril Giselly Andrade. “Esta oficina foi meu primeiro contato com a passarela. Gostei muito e levo o que aprendi para a interpretação da Mestra do Pastoril, uma personagem que impõe sua presença e faz uma entrada triunfal”, destaca.
A oficina Inclusão e Diversidade na Moda: Sonhos que se realizam numa passarela teve início em 2 de setembro com um total de 24 horas/aula e totalmente gratuita. A realização é uma parceria com o Centro de Design do Recife e o Afoxé Oyá Alaxé.

