Exposição resgata memórias do artista pernambucano Jaildo Marinho
Ao Viver, Jaildo Marinho fala sobre sua exposição 'Metamorfismo', que ficará disponível a partir desta quinta (10) no Museu do Estado até o dia 10 de agosto
Publicado: 09/07/2025 às 07:00

(Divulgação)
Após mais de três décadas expondo nos grandes salões parisienses, o pernambucano Jaildo Marinho revisita suas memórias de infância em um de seus mais completos e pessoais trabalhos até hoje. Chegando nesta quinta (10) ao Museu do Estado, a exposição Metamorfismo, com curadoria de Mário Hélio, explora a versatilidade do artista através de diversos tipos de materiais. Ao todo, 25 obras integram a mostra: seis quadros, seis esculturas de mármore, seis em granito, seis com chifres e ainda uma instalação.
Nascido no município de Santa Maria da Boa Vista, no Sertão de Pernambuco, Jaildo estudou escultura por fundição na UFPE, antes de seguir rumo à França para aprofundar sua arte e consolidar sua carreira em nível mundial. Ele se tornou conhecido principalmente pelo uso do mármore, da geometria e das cores.
“Após mais de 30 anos na Europa, senti a necessidade de fazer uma poética da minha memória de infância. As lembranças da minha avó, Antônia, fazendo sabão de pedra, com todo aquele método, aquela química manual, era arte para mim”, relembra o artista em entrevista ao Viver. “Mostrei meu trabalho ao mundo e agora, com essa exposição, trago o mundo e toda a minha experiência ao meu quintal e até à minha pré-história”.
O título da mostra, Metamorfismo, faz referência às transformações dos materiais, das artes e da própria vida através de objetos que atravessam a história de uma sociedade. “Minha intenção é que o público perceba que várias coisas que a gente tem, da nossa cultura, da nossa linguagem e da nossa família, são uma essência que pode ser transformadora”, afirma. “Estamos passando por um momento mundialmente difícil e há muita coisa destruída, danificada, quebrada. Espero que as pessoas saiam com a esperança de poder recuperar e recosturar muita coisa com o poder da arte”.

