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MST ocupa sede do Incra no Recife e cobra celeridade na Reforma Agrária

Com o lema "Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária já", o MST exige do governo federal a desapropriação de terras improdutivas para assentar cerca de 16 mil famílias

Diario de Pernambuco

Publicado: 22/07/2025 às 14:32

MST ocupa sede do Incra no Recife/Divulgação

MST ocupa sede do Incra no Recife (Divulgação )

Cerca de 800 trabalhadores e trabalhadoras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta terça-feira (22), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Recife. A ação integra a mobilização nacional da Semana Camponesa, promovida em homenagem ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, celebrado em 25 de julho, e tem como objetivo cobrar avanços concretos nas políticas de Reforma Agrária no país.

Com o lema “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária já”, o MST exige do governo federal a desapropriação de terras improdutivas para assentar cerca de 16 mil famílias acampadas em Pernambuco. A pauta local também inclui políticas de crédito e infraestrutura, educação no campo, regularização de conflitos agrários e redistribuição de recursos do Plano Safra.

“Só sairemos daqui se tivermos respostas. Chega de brincar de Reforma Agrária! Estamos com o presidente Lula, mas queremos que ele assuma o compromisso que fez com o povo sem terra”, afirmou Fernando Lourenço, da direção nacional do movimento, durante a ocupação.

De acordo com o MST, apesar de promessas feitas durante a campanha e o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os avanços têm sido lentos. Desde 2023, apenas 3.353 famílias acampadas foram assentadas em todo o país, um número considerado insuficiente frente às mais de 65 mil que ainda aguardam por terra. Para pressionar o Executivo, o movimento tem realizado ações semelhantes em capitais como Fortaleza (CE), Salvador (BA), Maceió (AL) e Belém (PA).

A ocupação no Recife ocorre às vésperas de uma série de reuniões com representantes do poder público, incluindo Cleodon Ricardo, presidente do Iterpe (Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco), Givaldo Cavalcante, superintendente regional do Incra, e Caetano de Carli, superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em Pernambuco.

A nível nacional, a jornada do MST é pautada por quatro eixos principais: a democratização do acesso à terra com criação de novos assentamentos; a garantia de moradia e crédito para produção; a ampliação de políticas públicas voltadas à educação do campo; e o reconhecimento da Reforma Agrária como política estratégica para a soberania alimentar e o desenvolvimento do país.

Os militantes denunciam a morosidade nas desapropriações e o que consideram falta de vontade política. Segundo o movimento, os créditos destinados à agricultura familiar continuam escassos, apesar desse setor ser responsável por grande parte da produção de alimentos no país e por movimentar a economia tanto no campo quanto nas cidades.

A mobilização da Semana Camponesa deve continuar nos próximos dias com atos, debates e negociações em diversas regiões do país.

 

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