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Política
JULGAMENTO

Atrito entre ministros: Fux interrompe Moraes e questiona intervenção de Dino

O embate ocorreu no plenário da Primeira Turma, em sessão que analisa a possível condenação de Bolsonaro e sete aliados

Milena Galvão

Publicado: 09/09/2025 às 12:46

Durante julgamento da trama golpista, Fux reclama de intervenção de Dino e interrompe voto de Moraes, expondo tensão no STF./Evaristo Sá/AFP

Durante julgamento da trama golpista, Fux reclama de intervenção de Dino e interrompe voto de Moraes, expondo tensão no STF. (Evaristo Sá/AFP)

O ministro Luiz Fux interrompeu, pela segunda vez, a leitura do voto do relator Alexandre de Moraes durante o julgamento da trama golpista, nesta terça-feira (9), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele reclamou de uma intervenção feita por Flávio Dino no processo que pode levar à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados.

Segundo Fux, havia um acordo prévio entre os ministros de que não seriam feitas manifestações enquanto cada voto estivesse sendo apresentado. "Conforme nós combinamos naquela sala aqui do lado, os ministros votariam direto, sem intervenção dos outros colegas. Muito embora tenha sido muito própria essa intervenção do ministro Flávio Dino", destacou.

Diante da queixa, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, ressaltou que a manifestação de Dino havia sido “autorizada” por Moraes. O relator confirmou a informação, ao que Fux insistiu: “Mas eu não vou conceder conforme nós combinamos lá na sala, porque o voto muito extenso a gente perde o fio da meada, principalmente quando a gente apresenta alguma discordância".

Dino reagiu com ironia e pôs fim ao impasse: “Eu tranquilizo, ministro Fux, que eu não pedirei [intervenção] à Vossa Excelência. Pode dormir em paz".

O episódio expôs o clima de tensão no julgamento, em que os réus são acusados de participação no plano Punhal Verde e Amarelo — que previa o sequestro e assassinato de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin —, além da elaboração da chamada “minuta do golpe” e do suposto envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Após a fase de sustentações, a votação foi aberta nesta terça-feira. As sessões dos dias 10, 11 e 12 de setembro também foram reservadas para a conclusão do julgamento.

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