Presidente reencontra moradora de Brasília Teimosa: "Sonhei com Lula na minha casa"
Após ler matéria do Diario, presidente Lula foi até a casa de Tânia Ribeiro, em Brasília Teimosa, para reencontro após quase 23 anos
Publicado: 14/08/2025 às 20:59

Tânia recebendo o presidente Lula (Divulgação)
Na manhã desta quinta-feira (14), a assessoria da Presidência da República entrou em contato com a redação do Diario de Pernambuco, depois de um pedido pessoal do presidente Lula. Após ler a matéria “Brasília Teimosa se prepara para Lula”, ele decidiu visitar a casa de Tânia Ribeiro, socióloga e moradora do bairro, com quem teve seu primeiro encontro no dia 10 de janeiro de 2003, quando visitou o bairro pela primeira vez.
Na ocasião, Tânia apostou uma grade de cerveja com um vizinho descrente nas obras de urbanização prometidas pelo governo federal para Brasília Teimosa. “Lula disse que eu podia apostar e que ele iria ‘tomar uma’ com a gente”, lembra Tânia.
Durante entrevista na última quarta-feira (13), Tânia confiou à equipe do Diario uma fita microcassete, com o arquivo em áudio da promessa feita por Lula. Ela o fez na esperança de que a estrutura da redação a ajudasse a guardar uma lembrança significativa de sua vida.
“De noite, depois da entrevista, sonhei com Lula na minha casa”, emociona-se.
Com certa descrença, seu marido, Anderson, foi o único a quem Tânia confessou o sonho. “Ele ficou foi rindo e disse: ‘Só em sonho mesmo, nega’”, conta ela.
No início da tarde, deixou a porta entreaberta por desleixo. Nada poderia ser mais cotidiano do que o incômodo ao ser interrompida por um estranho durante o cozimento de um pamonha planejada durante toda a manhã.
“O homem disse que era assessor de Lula e que ele estava vindo para a minha casa. Se eu pressenti, é porque estava escrito em algum lugar”, afirma.
Triunfante, Tânia ainda teve tempo de avisar a Anderson. “Tá vendo? Eu não disse que vi no sonho?”, asseverou.
Lula chegou por volta das 13h30 e passou cerca de meia hora na sala de estar de Tânia. Como alguém que se conhece há 23 anos, sentou no sofá e ignorou a bagunça da obra ao redor, que já se arrasta por quase 15 anos. “A gente que é trabalhador é assim mesmo, mas minha casa é meu palácio. Ele é uma pessoa muito agradável, ouviu a história toda da minha vida”, emociona-se.
A história em questão não cabe em meia hora de conversa, muito menos nas poucas linhas deste artigo jornalístico. Militante da juventude católica dos anos 1980, Tânia é uma das fundadoras da Comissão das Palafitas, cuja luta culminou na política pública executada por João Paulo, então prefeito do Recife, com recursos do governo federal, que retirou 599 palafitas da orla do bairro.
O preâmbulo desta jornada consta na edição impressa do Diario desta quinta-feira, que chegou às mãos de Tânia por intermédio do próprio presidente Lula. De objeto da entrevista, ele passou, em instantes de euforia, a melhor se assemelhar aos tantos meninos que já vibraram em ruas calçadas por pedras, como a de Tânia, ao sacudir jornais por cima dos muros da vizinhança. Como alguém que traz uma notícia talhada em outros tempos.
“Eu não sabia que ia receber meu título de posse hoje. Muito menos que isso aconteceria no palco da cerimônia. Finalmente, conquistei minha posse, das mãos do presidente Lula”, completa.
Estava escrito em algum lugar. Quem sabe, nesta matéria de um jornal do futuro.

