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ALEPE

Dani Portela deve acionar a Justiça

Deputada disse que denúncias a seu respeito são "repletas de inverdades" e revelou que pretende entrar com uma notícia-crime contra o ocorrido

Mariana de Sousa

Publicado: 21/08/2025 às 07:01

Deputada Dani Portela/Jarbas Araújo/Alepe

Deputada Dani Portela (Jarbas Araújo/Alepe)

A deputada Dani Portela (Psol) foi a primeira à discursar em aparte ao presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB). A parlamentar disse que ao ver o vídeo que mostra a movimentação do assessor do governo se “inundou” de uma sensação de justiça. Dani se emocionou e agradeceu a solidariedade pelo esclarecimento do caso pouco tempo depois da acusação ter sido divulgada.

A parlamentar comentou a denúncia “repleta de inverdades” à seu respeito e também apontou a exposição de sua família feita pelo denunciante. “A minha filha, que hoje tem 22 anos, foi reconhecida a partir daquela foto, exposta pela denúncia de uma pessoa que está lotada no Palácio e que deveria fazer um serviço público”.

Dani teve seu telefone pessoal exposto na denúncia e disse ter recebido diversas mensagens com palavras ofensivas e de ameaças. “Eu cheguei à ouvir se não tinha medo de amanhecer com a boca de formiga”, relatou a deputada.

No discurso, Dani ainda pediu a solidariedade e o compromisso coletivo com a verdade, que a justiça fosse feita e encerrou informando que pretendia comparecer à delegacia com o material colhido pelo serviço de inteligência da Assembleia e entrar com uma notícia-crime contra o ocorrido.

A deputada também revelou que, em uma conversa após a divulgação da denúncia, os deputados Renato Antunes (PL) e Joãozinho Tenório (Patriotas), asseguraram que Raquel garantiu que seria incapaz de ordenar as denúncias anônimas.

“Foi dito nos meus olhos que a governadora não teria a capacidade de infringir denúncias graves à uma mulher mãe, como eu era. Que eu tinha a garantia, a palavra dada que isso não saiu do Palácio”

Renato admitiu a conversa. “Quando surgiu a possibilidade de CPI e Dani disse que estava sendo atacada, estive no Palácio e conversei. Perguntei: Partiu daqui? Porque eu preciso dessa resposta, preciso da verdade para subir na tribuna e ir à CPI. A resposta que me foi dada, de fato, foi: ‘Não partiu de mim porque sou uma mulher, sou uma mãe e sei o que é violência de gênero’. Palavras da governadora Raquel Lyra”, afirmou o parlamentar.

 

Renato disse ainda confiar na governadora, mas também crê na integridade de Dani. “Um fato novo está sendo colocado nesta tribuna, envolvendo um assessor. E aí quem venha a Justiça, que venha CPI e se prove. E que, caso seja comprovado, o mesmo seja exonerado.”

“Se tem um assessor e for devidamente provado, eu serei o primeiro a subir na tribuna para dizer que o mesmo seja exonerado. É caso de polícia. O que se faz no anonimato, ou é um ato de preservação de vida ou de covardia”, concluiu Renato Antunes.

Dani lamentou a situação, ressaltou que não é uma guerra de narrativa, “sobre o que é feminismo, violência política”, mas tudo que ela vem sofrendo na prática. E pediu que a Casa refletisse onde a “milícia digital” e “gabinete do ódio” vão parar. “Hoje foi contra mim, amanhã pode ser contra qualquer um de Vossas Excelências que ousarem ter a coragem de se manifestar fazendo oposição”.

Em entrevista, a deputada disse que a denúncia quis atribuir à ela o que a mesma denunciou a governadora, que resultou na instalação da CPI. “Havia indícios de corrupção, um contrato bilionário e uma licitação supostamente fraudada. Eu envolvi parentes e corrupção, então quiseram me devolver na mesma moeda, parentes e corrupção”.

Dani ainda comentou sobre a identificação do assessor do Governo e como a denúncia foi feita: “Nunca antes na história a gente viu isso. A gente conseguiu chegar em quem financia essa rede de ataque. Se falava muito em ‘gabinete do ódio’, extrema direita e quem financiava isso. O que a gente está vendo é toda uma rede com o dinheiro da publicidade pública”.

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