Equador anunciou que líder do cartel Los Lobos foi capturado na Espanha
Noboa disse que Pipo é o criminoso que simulou a sua própria morte, mudou de identidade e se escondeu na Europa enquanto ordenava assassinatos no Equador
Publicado: 17/11/2025 às 12:42
Fotografia divulgada pela Polícia Nacional da Espanha em sua conta X em 16 de novembro de 2025 mostra o equatoriano Wilmer Chavarria, vulgo "Pipo", suposto líder do grupo Los Lobos após sua detenção. ( AFP)
O presidente do Equador, Daniel Noboa, comunicou que o líder do cartel Los Lobos e um dos narcotraficantes mais procurados da América Latina, Wilmer Chavarría Barré, conhecido por Pipo, foi detido na Espanha.
O ministro equatoriano do Interior, John Reimberg, e o comandante da Polícia Nacional do Equador, Pablo Maldonado, acrescentaram que a captura de Pipo aconteceu na cidade de Málaga, no sul da Espanha, em resultado de um trabalho articulado entre as autoridades dos dois países.
Noboa disse que Pipo é o criminoso que simulou a sua própria morte, mudou de identidade e se escondeu na Europa enquanto ordenava assassinatos no Equador, controlava operações de extração de minérios ilegal e coordenava rotas de droga em parceria com o cartel mexicano Jalisco Nueva Generación.
Já o cartel Los Lobos se tornou o grupo criminoso com mais poder do Equador ao protagonizar a guerra entre organizações criminosas que, desde 2020, tem originado uma onda de violência sem precedentes no país.
De acordo com as autoridades equatorianas, o grupo liderado por Pipo também foi o que teve mais sucesso em se desvencilhar do cartel Los Choneros, uma vez que formou uma aliança com o cartel Jalisco Nueva Generación, para o envio de cocaína, procedente, principalmente da Colômbia, para o México.
O cartel Los Lobos, além disso, fechou um acordo com grupos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para exploração de minas ilegais em zonas fronteiriças da Amazônia.
Enquanto isso, Daniel Noboa tentou por meio de um referendo, realizado por sua iniciativa recentemente, estabelecer uma Assembleia Constituinte que permitisse combater o crime organizado com medidas mais duras. Mas, o resultado do referendo, divulgado no dia 17 de novembro, foi rejeitado pela população
O presidente do Equador objetivava redigir uma nova Constituição que incluísse leis mais implacáveis contra o narcotráfico e o crime organizado. A guerra de Noboa contra o crime organizado, que ele declarou como um "conflito armado interno" em janeiro de 2024, vem sendo marcada por outras ações, como o uso de militares nas ruas e prisões, e a declaração de estado de exceção em várias províncias. Apesar da proposta da Assembleia Constituinte ter sido rejeitada, Noboa continua a buscar outros modos de endurecer o combate à criminalidade no país.