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Ucrânia e Rússia retomam negociações sobre a guerra

A reunião das delegações acontecerá na Turquia e não contará com a presença dos presidentes da Rússia e da Ucrânia

Isabel Alvarez

Publicado: 22/07/2025 às 11:40

Um homem inspeciona carros queimados após um ataque de drone em Odessa, em 22 de julho de 2025, em meio à invasão russa na Ucrânia. (Foto de Oleksandr GIMANOV / AFP)/ AFP

Um homem inspeciona carros queimados após um ataque de drone em Odessa, em 22 de julho de 2025, em meio à invasão russa na Ucrânia. (Foto de Oleksandr GIMANOV / AFP) ( AFP)

Nesta quarta-feira (22), começa a terceira rodada de negociações de trégua entre a Ucrânia e a Rússia. A reunião das delegações acontece mais uma vez na Turquia e, não estarão presentes os presidentes dos dois países.

No entanto, na agenda das conversações continua sendo o tema dos prisioneiros de guerra, que já foi o ponto central dos últimos encontros. Mas, desta vez, deve estar também uma tratativa sobre um possível retorno de milhares de crianças "sequestradas" pela Rússia no início do conflito.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que o ex-ministro da Defesa e atual secretário do Conselho de Segurança Nacional, Rustem Umerov, vai liderar a comitiva ucraniana e explicou que Kiev tem como objetivo garantir a libertação de todos os prisioneiros e o regresso das crianças ucranianas mantidas em poder russo. “É necessário intensificar a dinâmica das negociações. Devemos fazer tudo o que for possível para alcançar um cessar-fogo. E o lado russo deve parar de fugir às decisões”, disse.

Um dos principais empecilhos nas negociações é a exigência de Kiev de um cessar-fogo incondicional de pelo menos 30 dias antes de negociar um acordo político, o que Moscou se opõe.

O Kremlin já descartou hoje a possibilidade de serem realizados grandes progressos durante a terceira rodada de negociações. “É claro que não há razão para esperar qualquer tipo de avanço milagroso. Dada a situação atual, isso dificilmente seria possível”, declarou o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov.

O porta-voz afirmou que a delegação russa será chefiada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky e assinalou que os negociadores pretendem garantir os interesses do país e alcançar os objetivos estabelecidos desde o início, lembrando que as partes trocaram memorandos sobre a sua posição para a resolução da guerra e os dois documentos são diametralmente opostos. Porém, Peskov apontou que as trocas de prisioneiros e de corpos de combatentes, negociadas nas últimas reuniões já podem ser consideradas um “resultado frutífero, mas que ainda há muito trabalho a ser feito. Estão em causa muitos fatores. Neste momento, qualquer previsão estaria errada”, acrescentou.

O terceiro encontro ente os negociadores de ambos os lados ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ameaçado Moscou com sanções e aumento de tarifas caso a Rússia não chegue a um acordo com Kiev no prazo de 50 dias, isto é, antes de setembro.

Entretanto, o Kremlin defende que qualquer acordo de paz deve incluir a retirada da Ucrânia das quatro regiões que a Rússia anexou ilegalmente em setembro de 2022, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, apesar de não o controle completo delas. Moscou também exige ainda que Kiev renuncie à adesão à OTAN e aceite limites rigorosos às suas forças armadas. As exigências são rejeitadas pelo governo ucraniano e pelos seus aliados ocidentais.

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