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APOIO HUMANITÁRIO

União Europeia defende que apoio humanitário precisa entrar em Gaza

Para a alta-representante da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, o acordo estabelecido com Israel para deixar entrar apoio humanitário na Faixa de Gaza é insuficiente,

Isabel Alvarez

Publicado: 15/07/2025 às 18:34

 Chefe da política externa e diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas/Nicolas TUCAT / AFP

Chefe da política externa e diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas (Nicolas TUCAT / AFP)

A alta-representante da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, afirmou nesta terça-feira (15) que o acordo estabelecido com Israel para deixar entrar apoio humanitário na Faixa de Gaza é insuficiente, devido à situação catastrófica resultante do bloqueio e da operação militar israelense.

“A situação em Gaza é realmente má, é catastrófica e até que haja melhorias concretas, o acordo é insuficiente. Há sinais positivos quanto à abertura das fronteiras com Gaza, existe também sinais positivos sobre a reconstrução das infraestruturas elétricas, o abastecimento de água e a entrada de mais caminhões com ajuda humanitária, mas, como é evidente, precisamos ver mais para considerar que as coisas melhoraram concretamente”, disse Kallas.

Além disso, uma reunião ministerial da UE hoje, em Bruxelas, incluiu a discussão sobre o acordo de associação com Israel, após um relatório que aponta violações dos direitos humanos no enclave palestino, mesmo que não seja esperada uma decisão sobre a sua suspensão.

Kallas ainda reforçou que o acordo alcançado na semana passada com Israel para fazer chegar apoio humanitário à população palestina não é um papel, apelando à implementação o quanto antes.

"Há sinais positivos quanto à abertura das fronteiras com Gaza, existe também sinais positivos sobre a reconstrução das infraestruturas elétricas, o abastecimento de água e a entrada de mais caminhões com ajuda humanitária, mas, como é evidente, precisamos ver mais para considerar que as coisas melhoraram em concreto", comentou.

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, mencionou na véspera que a situação em Gaza permanece uma verdadeira catástrofe, apesar do acordo entre Israel e a União Europeia para aumentar o fluxo de ajuda humanitária.

Por sua vez, o gabinete dos direitos humanos das Nações Unidas confirmou que 875 palestinos foram mortos pelo exército nas últimas seis semanas em pontos nas imediações de ajuda administrados pela Fundação Humanitária de Gaza, empresa privada norte-americana, apoiada pelos EUA e por Israel.

Além disso, uma em cada 10 crianças examinadas desde 2024 nas clínicas geridas pela agência da ONU para os refugiados em Gaza está subnutrida. “As nossas equipes de saúde atestam que as taxas de subnutrição estão aumentando significativamente em Gaza, especialmente a partir do cerco apertado há mais de quatro meses”, revelou Juliette Touma, diretora da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA),

Enquanto isso, o governo do Catar, que atua como um dos países mediadores, assegurou que ainda estão decorrendo as negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

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