° / °

Mundo
SANÇÕES

EUA anuncia sanções contra relatora da ONU para a Palestina

"A campanha política e econômica de Albanese contra os Estados Unidos e Israel não será mais tolerada. Apoiaremos sempre os nossos parceiros no direito à autodefesa", alegou Rubio

Isabel Alvarez

Publicado: 09/07/2025 às 19:54



 Chefe da diplomacia americana, Marco Rubio/DREW ANGERER/AFP

Chefe da diplomacia americana, Marco Rubio (DREW ANGERER/AFP)

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, declarou hoje que o país impôs sanções contra Francesca Albanese, relatora especial das Nações Unidas para os territórios palestinos ocupados. As sanções são uma consequência também de uma ordem ratificada desde fevereiro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para congelar bens e revogar vistos a qualquer pessoa que coopere com a investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre Israel.

"A campanha política e econômica de Albanese contra os Estados Unidos e Israel não será mais tolerada. Apoiaremos sempre os nossos parceiros no direito à autodefesa", alegou Rubio.

O secretário de Estado relacionou Albanesa com o TPI, numa colaboração direta que levou à emissão de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade na Faixa de Gaza. Rubio disse que Francesca Albanese intensificou esta estratégia ao recomendar que o TPI investigue e processe as empresas que alegadamente se beneficiaram com a guerra no enclave palestino.

Rubio acusou ainda a relatora italiana da ONU de antissemitismo flagrante, de instar uma campanha de guerra política e econômica dirigida a Washington e a Tel Aviv, apoio ao terrorismo, sendo por isso inadequada para o cargo. O anúncio de Rubio ocorre após um encontro na última segunda-feira, em Washington, com primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que se reuniu, além disso, com Trump.

 

Relatório da ONU denunciou empresas de apoiar o massacre em Gaza

Por sua vez, Albanese já havia acusado duramente o governo israelense de cometer crimes de guerra, incluindo genocídio, na ofensiva militar na Faixa de Gaza. Em um relatório recente e apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, a relatora especial denunciou no documento investigativo que quase 50 multinacionais de diversos setores, muitas das quais americanas, que vão desde fabricantes de armamentos, big techs, instituições financeiras, construtoras entre outras, integram e alimentam uma rede descrita como uma campanha que lucra, apoia financeiramente e sustenta as operações militares israelenses em Gaza e na Cisjordânia, e que cometeram graves violações do direito internacional.

O relatório intitulado ‘Da economia de ocupação à economia de genocídio’, qualifica o atual estágio de agressão israelense como uma economia do genocídio e destaca o papel dessas corporações na manutenção da ocupação, apartheid, limpeza étnica do povo palestino e a destruição sistemática da Palestina.

“Essas entidades permitem a negação da autodeterminação e outras violações estruturais no território palestino ocupado, incluindo ocupação, anexação e crimes de apartheid e genocídio, assim como uma longa lista de crimes acessórios”, afirma o documento.

“O genocídio, ao que parece, é lucrativo”, apontou Albanese.

Mais de Mundo