OEA pede retomada de negociações entre Argentina e Reino Unido sobre Ilhas Malvinas
A Argentina pede ao Reino Unido que acate uma resolução da ONU de 1965 para discutir a soberania
Publicado: 27/06/2025 às 22:43

Ilhas Malvinas (Pablo Porciuncula Brune / AFP)
A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu nesta sexta-feira (27) que sejam retomadas "o mais rápido possível" as negociações entre Reino Unido e Argentina para encontrar uma solução pacífica para a disputa pela soberania das Ilhas Malvinas.
Em 1982, Argentina e Reino Unido travaram uma guerra pelas ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, na qual morreram 649 argentinos, 255 britânicos e três locais. Após 74 dias, os militares argentinos foram derrotados pelas forças britânicas.
Na Assembleia-Geral realizada em Antígua e Barbuda, a OEA aprovou nesta sexta-feira, por aclamação, uma declaração que reafirma a necessidade de que Argentina e Reino Unido "retomem, o mais rápido possível, as negociações sobre a disputa de soberania" dos territórios e espaços marítimos circundantes.
"Essa controvérsia deve ser resolvida por meio do diálogo" entre ambas as partes, afirmou o representante argentino na OEA, Carlos Cherniak, que agradeceu à organização por incluir anualmente o tema em sua agenda até que se chegue a uma solução.
"O Reino Unido continua se recusando ao diálogo, alegando um suposto princípio de autodeterminação a favor dos habitantes britânicos das Ilhas Malvinas", disse.
Cherniak também acusou o Reino Unido "de continuar tomando decisões unilaterais" e de conceder "licenças e concessões para a exploração de recursos naturais", como hidrocarbonetos e pesca.
Na rede social X, o presidente argentino Javier Milei escreveu em letras maiúsculas: "AS MALVINAS SÃO ARGENTINAS".
A Argentina pede ao Reino Unido que acate uma resolução da ONU de 1965 para discutir a soberania. Buenos Aires argumenta que o governo e a população argentina do arquipélago foram expulsos por tropas britânicas em 1833.
O secretário-geral da OEA, Albert Ramdin, estimou que a soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas e os espaços marítimos circundantes "deve ser reconhecida mediante o respeito ao direito internacional".
Londres, por sua vez, insiste em não negociar por considerar que a soberania lhe pertence e que a população local votou quase 100% a favor de seu pertencimento ao Reino Unido em um referendo em 2013.
A representante britânica na Assembleia-Geral da OEA afirmou: "Meu governo não vai negociar sobre o futuro das Ilhas Malvinas a menos que os próprios ilhéus queiram isso, e eles não querem."

