Os últimos acontecimentos na guerra entre Irã e Israel
Os Estados Unidos se uniram à ofensiva lançada por Israel contra o Irã
Publicado: 23/06/2025 às 08:46

Ataque israelense à capital iraniana (ATTA KENARE / AFP)
O Irã prometeu represálias após os bombardeios americanos, que, segundo o presidente Donald Trump, causaram "danos monumentais" às instalações nucleares da República Islâmica. Com os ataques, os Estados Unidos se uniram à ofensiva lançada por Israel contra o Irã em 13 de junho.
Em resposta, Teerã poderia atacar bases americanas no Oriente Médio ou fechar o Estreito de Ormuz, por onde transita um quinto da produção de petróleo iraniana, consideram analistas. Estes são os últimos acontecimentos:
Irã alerta para "extensão da guerra"
Em reação aos ataques americanos com bombardeiros furtivos no domingo, que lançaram bombas destruidoras de bunkers pela primeira vez, o Exército iraniano alertou Washington para o risco de uma "extensão da guerra" na região.
"Os combatentes do islã infligirão consequências graves e imprevisíveis com poderosas operações (militares)", ameaçou o porta-voz das Forças Armadas iranianas, Ebrahim Zolfaghari, na televisão estatal.
Um assessor do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, afirmou que os Estados Unidos "não têm mais espaço" no Oriente Médio e "devem enfrentar consequências irreparáveis".
Citado pela agência de notícias oficial IRNA, o assessor advertiu que as bases utilizadas pelas forças americanas em países do Golfo serão consideradas alvos "legítimos".
China alerta para risco de "disseminação"
Pequim instou todas as partes envolvidas no conflito a "evitar com determinação a propagação da guerra e retornar ao caminho de uma solução política".
O gigante asiático, que importa petróleo iraniano, também alertou para o impacto da guerra na economia global e no comércio internacional no Golfo.
Sobre essa questão, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, instou a China a ajudar a dissuadir o Irã de fechar a importante rota comercial do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% da produção global de petróleo bruto.
Fechar o Estreito de Ormuz seria "extremamente perigoso", alertou a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas.
Os preços do petróleo subiram quase 6% na abertura das Bolsas asiáticas nesta segunda-feira.
Ataques israelenses, alerta de mísseis iranianos
No 11º dia da guerra entre Irã e Israel, o Exército israelense anunciou que bombardeou locais de lançamento e armazenamento de mísseis terra-terra na província de Kermanshah, no oeste do Irã.
Enquanto isso, o Exército israelense relatou que sirenes de alerta soaram em várias regiões de Israel após várias salvas de mísseis terem sido lançadas do Irã.
Jornalistas da AFP ouviram fortes explosões no norte de Teerã, a capital iraniana.
Diplomacia ou "mudança de regime"
O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, cujo país é aliado da Rússia, chegou a Moscou nesta segunda-feira para consultas "extremamente importantes" e uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin.
Putin chamou os ataques a Teerã de "agressão" injustificada e disse que Moscou estava tentando ajudar o povo iraniano.
O porta-voz de Araqchi, Esmail Baghai, disse que os Estados Unidos "traíram a diplomacia" ao atacar o Irã dois dias antes de uma nova rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano, marcada para 14 de junho em Omã.
Potências europeias pediram no domingo ao Irã para "não empreender novas ações que possam desestabilizar a região".
O presidente Donald Trump sugeriu no domingo que uma "mudança de regime" no Irã é possível.
"Não é politicamente correto usar o termo 'mudança de regime', mas se o atual regime iraniano não consegue tornar o Irã grande novamente, por que não haveria mudança de regime? MIGA!!!", publicou Trump em sua plataforma Truth Social, brincando com sua famosa sigla MAGA, o nome do movimento ultraconservador americano "Make America Great Again".
Impossível avaliar os danos
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) exigiu acesso às instalações nucleares do Irã nesta segunda-feira para avaliar o estoque de urânio altamente enriquecido, próximo ao limite para a fabricação de uma bomba atômica.
"Devemos permitir que os inspetores retornem ao local e verifiquem o estoque de urânio, especialmente os 400 kg enriquecidos a 60%", disse Rafael Grossi no início de uma reunião de emergência da agência em sua sede em Viena, Áustria.
Ciclo interminável de "retaliação"
Em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU no domingo, o secretário-geral António Guterres advertiu que o mundo corre "risco" de entrar em "um ciclo de retaliação após retaliação".

