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Agronegócio

Porto de Suape e Secretaria de Agricultura estabelecem parceria para escoar produção pernambucana

Pacto pelo porto: onde o campo e o mar se encontram visando ampliar exportações de frutas e carnes, e baratear custos de insumos essenciais como grãos e fertilizantes

Cecilia Belo

Publicado: 17/09/2025 às 02:00

O lançamento da estratégia conjunta foi realizado na sede da secretaria, com a presença do secretário de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca, Cícero Moraes, e do diretor-presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Armando Monteiro Bisneto./Foto: Alê Nogueira/Divulgação

O lançamento da estratégia conjunta foi realizado na sede da secretaria, com a presença do secretário de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca, Cícero Moraes, e do diretor-presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Armando Monteiro Bisneto. (Foto: Alê Nogueira/Divulgação)

O setor agropecuário de Pernambuco e o Porto de Suape anunciaram, nesta terça-feira (16), a criação do Pacto pelo Agro, uma força-tarefa inédita para fortalecer a logística de escoamento da produção e importação de insumos. A expectativa é que seja criado um hub de grãos em Suape, facilitando, por meio da cabotagem, o comércio interestadual de milho e soja de outros estados.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca (SDA), Cícero Moraes, a parceria se mostra fundamental para o barateamento da cadeia produtiva, especialmente para a avicultura, um dos setores mais importantes do estado. Pernambuco, que é o maior produtor de ovos do Nordeste, tem grande dependência do comércio interestadual de milho e soja de outros estados, principalmente da região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

A força-tarefa estuda a viabilidade de utilizar a cabotagem para trazer esses insumos, o que reduziria significativamente os custos de transporte. "Suape se insere exatamente nessa condição de viabilizar a criação de um hub de grãos no porto", explicou Moraes.

Moraes enfatizou que esta é a primeira integração formal entre a Secretaria e o complexo industrial portuário, com o objetivo de consolidar o estado como um polo de exportação de produtos agrícolas, carnes, pescados e grãos.

O movimento busca destravar gargalos históricos e atender às demandas emergenciais do setor, ao mesmo tempo em que estrutura soluções de médio e longo prazo.

Soluções logísticas
O secretário destacou que a principal expectativa do pacto é unir o agronegócio à logística do Porto de Suape, que ele considera a "porta de desenvolvimento" de Pernambuco. Segundo Moraes, o complexo portuário tem uma relevância estratégica tanto na exportação de produtos, como a fruticultura e a bovinocultura, quanto na importação de insumos essenciais, como fertilizantes e grãos.

Conexão e concorrência
A iniciativa vai ao encontro de projetos de expansão do Porto de Suape. O diretor-presidente do porto, Armando Monteiro Bisneto, ressaltou o investimento de R$ 1,6 bilhão da APM Terminals Suape, um terminal 100% elétrico que deve começar a operar em 2026.

A nova estrutura terá capacidade para absorver 35% da movimentação atual do porto, o que criará um ambiente de maior concorrência e equilíbrio de preços, além de oferecer estruturas modernas para cargas refrigeradas, essenciais para o escoamento da fruticultura do Vale do São Francisco.

"A expectativa é que o terminal da APM represente uma mudança estrutural no ambiente logístico de Pernambuco. Além de abrir espaço para novos investimentos e atrair mais operadores, deverá ampliar a eficiência no escoamento da produção agrícola e industrial", enfatizou Bisneto.

O secretário Cícero Moraes acrescentou que o novo terminal é visto como uma oportunidade para a criação de rotas marítimas "customizadas" para a fruticultura, já que atualmente parte da produção de frutas como manga e uva, da qual Pernambuco é o maior exportador do Brasil, é escoada pelos portos de Pecém e Salvador.

Ele ressaltou que o diálogo com os terminais e armadores é um processo de construção coletiva, que busca entender as necessidades do mercado e se estruturar tanto em infraestrutura, como com a instalação de mais terminais refrigerados, quanto na abertura de novas rotas.

Diálogo constante
A força-tarefa, que estabeleceu um comitê permanente entre técnicos da Secretaria de Agricultura e do Porto de Suape, já iniciou o processo de diálogo com os operadores. A intenção, segundo Cícero Moraes, é entender o que o setor produtivo necessita para que Suape se estruture e seja uma opção competitiva. "Não se estabelece determinadas rotas marítimas da noite para o dia. Mas é um processo, é uma construção coletiva", afirmou o secretário.

Moraes fez questão de destacar que a iniciativa para esse pacto partiu de forma decisiva do presidente do Porto de Suape, Armando Monteiro Bisneto, que "demonstrou a disposição de se aproximar" do agronegócio. A ação também está alinhada com a orientação da governadora Raquel Lyra, que, desde o início de sua gestão, tem defendido a aproximação entre o agronegócio e a logística do estado.

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