IPCA: preços sobem 0,22% em abril no Grande Recife
Alimentação e medicamentos puxam a alta do IPCA no mês, mostram dados divulgados pelo IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou alta de 0,22% em abril no Grande Recife, porém com registro de desaceleração se comparado ao mês de março, quando o índice subiu 0,36% no Grande Recife.
Os dados divulgados nesta sexta-feira (9) são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação de abril foi puxada pelo grupo de alimentos e bebidas (0,64%), que apresentou a maior influência no índice com 0,15 ponto percentual (p.p.).
Outro destaque também foi para o grupo de Saúde e cuidados pessoais (0,66%), com impacto de 0,1 p.p.
Já o grupo Transportes (-0,57%) foi o que registrou maior queda, influenciando a taxa em -0,11 p.p. Esse grupo foi influenciado pela queda da passagem aérea (-14,19%) e dos combustíveis (-0,55%).
Entre as principais quedas, o destaque foi para a cenoura (-14,19%). “O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante”, explica Fernando Gonçalves, gerente nacional do IPCA.
Alta
O grupo de Alimentação e bebidas manteve o mesmo ritmo na inflação nos dois últimos meses deste ano. Porém, a alimentação no domicílio registrou alta de 0,71% e a alimentação fora do domicílio, 0,46%. Puxaram esse resultado as altas da batata-inglesa (18%), Coentro (8,26%) e do sorvete (7,23%).
Já no grupo Saúde e cuidados pessoais (0,66%), o resultado foi influenciado pelos produtos farmacêuticos (2,32%).
De acordo com Gonçalves, “o resultado é explicado pela autorização de reajuste de até 5,09% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março”. Além desse grupo, influenciaram também os aumentos nos itens de produtos para pele (3,68%).
No ano, o IPCA acumula alta de 2,11%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação teve uma leve queda de 4,55% em março para 4,2% em abril. No mesmo mês de 2024, a variação havia sido de 2,26%.
Melhora para a economia
De acordo com o economista e planejador financeiro, Danilo Miranda, a região segue o fluxo da economia nacional e representa um bom sinal para os próximos meses deste ano.
“A projeção era para a taxa Selic chegar a 15%, mas talvez na próxima reunião ela se mantenha até igual, e se houver um aumento de 0,25, seja um pouco mais para frente", diz.
"Parte do mercado estima que é possível que até o final deste ano haja uma queda de juros. Com isso, é provável que o Brasil tenha um ciclo mais promissor para a economia”, aponta. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central subiu a taxa Selic de 14,25% para 14,75%.
Segundo o economista, caso no mês de maio ocorra uma nova desaceleração, o país pode entrar em um ciclo de redução da expectativa de inflação, iniciando o final do ciclo de aperto.
“Com isso, as empresas tendem a ter mais incentivo para produzir, para empregar mais. O que favorece o aumento do consumo e também do Produto Interno Bruto (PIB). Chegando nesse patamar, a população começa a ter um cenário de crescimento de emprego e de maior renda”, avalia.