° / °

Brasil
STF

Marcos do Val vai usar tornozeleira eletrônica por ordem de Moraes

Senador Marcos do Val desembarcou no Brasil nesta segunda-feira após viagem sem autorização aos EUA

Estadão Conteúdo

Publicado: 04/08/2025 às 08:57
|
Atualizado: 04/08/2025 às 09:19

Líderes da oposição concedem entrevista à imprensa para falar da operação que resultou na imposição de medidas restritivas por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro colocou tornozeleira eletrônica e não poderá se aproximar de embaixadas. Os senadores reforçam a inocência do ex-presidente e denunciam violação e abuso de poder.
Participa:
senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado/Andressa Anholete

Líderes da oposição concedem entrevista à imprensa para falar da operação que resultou na imposição de medidas restritivas por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Jair Bolsonaro colocou tornozeleira eletrônica e não poderá se aproximar de embaixadas. Os senadores reforçam a inocência do ex-presidente e denunciam violação e abuso de poder. Participa: senador Marcos do Val (Podemos-ES). Foto: Andressa Anholete/Agência Senado (Andressa Anholete)

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) viajou aos Estados Unidos mesmo sem autorização de deixar o País, descumprindo uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao desembarcar no Brasil na manhã desta segunda-feira, 4, o senador foi alvo de medidas cautelares da Polícia Federal, entre as quais o uso de tornozeleira eletrônica.

O senador alega que notificou os órgãos oficiais sobre a viagem aos Estados Unidos, mas só houve retorno quando estava fora do País. Além disso, afirma que quis apenas visitar um parque temático com a filha, sem pretensão de fugir da Justiça brasileira. Do Val está com o passaporte apreendido e usou um passaporte diplomático para deixar o Brasil.

O senador é alvo de investigações no STF. A apreensão do passaporte ocorreu no âmbito de um inquérito que apura intimidações a delegados da Polícia Federal. Além dos inquéritos o parlamentar acumula polêmicas em sua trajetória política, iniciada em 2018, quando elegeu-se senador pelo Espírito Santo pelo PPS (hoje, Cidadania), com 863.359 votos. Antes da carreira pública, Do Val serviu no Exército e afirma ter sido instrutor da Swat, unidade especial da polícia dos Estados Unidos.

Em julho de 2022, Do Val disse ao Estadão que recebeu R$ 50 milhões em emendas do orçamento secreto como contrapartida do apoio à campanha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado em fevereiro de 2021.

Em fevereiro de 2023, Do Val revelou ter recebido do ex-deputado federal Daniel Silveira a proposta de grampear uma conversa com Alexandre de Moraes. O objetivo da gravação seria obter do ministro alguma declaração que comprometer a lisura das eleições de 2022, durante a qual Moraes serviu como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Quatro meses depois, em junho, Do Val foi alvo de uma operação da PF por divulgar documentos sigilosos da Abin. As redes sociais do parlamentar foram restritas.

O senador também é investigado por coordenar ataques contra Flávio Dino, ministro do STF, com quem entrou em embate durante 2023, quando o magistrado era ministro da Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um dos embates entre Dino e Do Val, o então ministro da Justiça ironizou o senador: "Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores".


Mais de Brasil